Etnobiologia e plantas medicinais: conhecimentos em comunidades do Oeste da Bahia.
DOI:
https://doi.org/10.17921/1415-6938.2025v29n2p397-411Resumo
A etnobotânica estuda e associa os relatos das comunidades quanto ao uso tradicional das plantas, estas podem possuir compostos bioativos de interesse para a indústria farmacêutica. O presente trabalho objetivou analisar o conhecimento sobre o uso terapêutico de plantas nas comunidades de Nova Colônia e Descoberto, no município de Coribe - Bahia, Brasil. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia sob parecer nº 76273923.5.0000.0055. Os dados foram coletados entre Janeiro e Março de 2024, mediante entrevistas semi-estruturadas em 30 pessoas selecionadas pela metodologia “bola de neve”. As doenças foram organizadas com base nos capítulos do CID-11. Foi analisada a concordância quanto aos usos principais das espécies (CUPc). Foram identificadas 158 espécies e 56 famílias de plantas. Dentre elas, 56 plantas com mais de 3 citações, pertencentes a 33 famílias botânicas. Lamiaceae, Fabaceae e Asteraceae foram as famílias mais citadas. As espécies mais citadas foram Commiphora leptophloeos, Melissa officinalis e Rosmarinus officinalis. A folha foi a parte da planta mais utilizada, a via oral foi a mais aplicada e o uso do chá o mais frequente. As enfermidades mais tratadas foram as Doenças Infecciosas e Parasitárias e Doenças do Sistema Digestivo. As plantas com maior concordância de uso entre participantes (CUPc) foram Commiphora leptophloeos, Mentha pulegium e Bidens pilosa. Os resultados evidenciam que os moradores de Nova Colônia e Descoberto apresentam um amplo conhecimento acerca do uso de plantas medicinais, as quais possuem potencial para a bioprospecção de fármacos.
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