Caracterização física e morfobiométrica de frutos e sementes de Copaifera arenicola (Ducke) J.Costa & L.P.Queiroz

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17921/1415-6938.2025v29n2p353-375

Resumo

O conhecimento de atributos físico-morfológicos de diásporos vegetais contribui para a descrição correta, para a conservação e uso agronômico otimizado da espécie. O objetivo do estudo é realizar a caracterização física e morfobiométrica e correlações biométricas de frutos e sementes de Copaifera arenicola endêmica da Caatinga. No Laboratório de Análise de Sementes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, determinou-se a morfologia interna-externa e a caracterização físico-biométrica de frutos e sementes. Submeteu-se os dados à estatística descritiva e a correlação linear de Pearson. O fruto é um folícolo oboval, seco, deiscente e unilocular monospérmico. Apresenta coloração marron-avermelhada; tamanho do comprimento de 19,92-33,58 mm, largura 13,24-28,5 mm e diâmetro de 11,81-19,01 mm. A semente é esférica/ovoide, com comprimento de 9,6-17,39 mm, largura de 7,83-12,79 mm, diâmetro de 7,88-12,59 mm e peso de 0,48-1,43 g. A coloração da testa, do tegma, do cotilédone e do arilo da semente é, respectivamente, preta-opaco, vermelha-escuro, creme-esbranquiçado e amarelo-forte. O peso de mil sementes é de 854,6g (1.170 sementes.kg-1), com teor de água de 10,2%. As sementes se enquadram nas classes pequena (9-11,8 mm), média (11,8-14,60 mm) e grande (14,6-17,4 mm) em tamanho individual. A forte correlação da variável IVS com PS (r=0,952; p=0,001); com CS (r=0,867; p=0,001) e com LS (r=0,861; p=0,001), indicam haver na semente forma característica. A morfologia do fruto de C. arenicola envolve estruturas de adaptação às condições ambientais da Caatinga e aumento da capacidade de distribuição da espécie. As sementes possuem atributos morfológicos homogêneos, com variação apenas quanto as variáveis biométricas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALMEIDA, F.D.A.C. et al. Água na semente: importância para a tecnologia de armazenagem. In: BARROS NETO, J.J.D.S. et al. (Org.). Sementes: estudos tecnológicos. Aracaju: IFS, 2014. p.55-82.

ALVARES, C.A. et al. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorol. Zeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2013. doi: https://doi.org/10.1127/0941-2948/2013/0507.

ASUERO, A.G.; SAYAGO, A.; GONZÁLEZ, A.G. The correlation coefficient: an overview. Crit. Rev. Anal. Chem., v.36, n.1, p.41-59, 2006. doi: https://doi.org/10.1080/10408340500526766.

BAREKE, T. Biology of seed development and germination physiology. Adv. Plants Agricul. Res., v.8, n.4, p.336-346, 2018. doi: https://doi.org/10.15406/apar.2018.08.00336.

BARROSO, G.M.; MORIM, M.P.; ICHASO, C.L.F. Frutos e sementes: morfologia aplicada à sistemática de dicotiledôneas. Viçosa: UFV, 2012.

BEKKER, R.M. et al. Seed size, shape and vertical distribution in the soil: indicators of seed longevity. Functional Ecol., v.12, n.5, p.834-842, 2002. doi: https://doi.org/10.1046/j.1365-2435.1998.00252.x.

BEWLEY, J.D. et al. Seeds: physiology of development, germination and dormancy. New York: Springer, 2013.

BRASIL. Pedologia: Sistema Brasileiro de Classes de Solos, 2023. Banco de Dados e Informações Ambientais, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – BDiA/IBGE, 2023.

BRASIL. Copaifera arenicola (Ducke) J. Costa & L. P. Queiroz in Reflora, 2020. Plantas do Brasil: resgate histórico e herbário virtual para o conhecimento e conservação da flora brasileira – Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB116609. Acesso em: 17 mar. 2025.

BRASIL. Regras para análise de sementes. Brasília: MAPA, 2009.

CARDOSO, D.B.O.S.; QUEIROZ, L.P.D. Diversidade de Leguminosae nas caatingas de Tucano, Bahia: implicações para a fitogeografia do semiárido do Nordeste do Brasil. Rodriguésia, v.58, n.2, p. 379-391, 2007. doi: https://doi.org/10.1590/2175-7860200758212.

CARVALHO, A.C.M.D. Diversidade genética, endogamia e fluxo gênico em pequena população fragmentada de Copaifera langsdorffii. Rev. Bras. Bot., v.33, p.599-606, 2010. doi: https://doi.org/10.1590/S0100-84042010000400008.

CARVALHO, N.M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. Jaboticabal: FUNEP, 2012.

COSTA, J.A.S. Estudos taxonômicos, biossistemáticos e filogenéticos em Copaifera L. (Leguminosae – Detarieae), com ênfase nas espécies do Brasil Extra-Amazônico. Feira de Santana: Universidade Estadual de Feira de Santana, 2007.

COXON, C.H.; LONGSTAFF, C.; BURNS, C. Applying the science of measurement to biology: why bother? PLoS Biology, v.17, n.6, p.e3000338, 2019. doi: https://doi.org/10.1371/journal.pbio.3000338.

CRUZ, M.F.D. et al. Fabaceae Lindl. in the Chapada do Araripe, Northeast Brazil. Phytotaxa, v. 625, n. 1, p. 1-27, 2023. doi: https://doi.org/10.11646/phytotaxa.625.1.1.

DANTAS, B.F. As sementes da Caatinga são...: um levantamento das características das sementes da Caatinga. Informativo Abrates, v. 24, n. 3, p. 18-23, 2014.

DOBRZAŃSKI, B.; STĘPNIEWSKI, A. Physical properties of seeds in technological processes. Advances In Agrophysical Research, v.11, p.269-294, 2013. doi: https://doi.org/10.5772/56874.

DUARTE, E. F. et al. Produção e colheita de sementes em espécies florestais. In: DUARTE, E. F. (org.). Recursos e estratégias para a restauração florestal: ações para o Recôncavo da Bahia. Cruz das Almas: UFRB, 2016. p.61-102.

DYLEWSKI, Ł. et al. Seed size predicts global effects of small mammal seed predation on plant recruitment. Ecol. Letters, v. 23, n. 6, p.1024-1033, 2020. doi: https://doi.org/10.1111/ele.13499.

FAGUNDES, M. et al. Seed germination of a myrmecochorous plant endemic to the Brazilian semiarid region: the wolf is not so bad. Acta Bot. Bras., v.36, p.e20220093, 2022. doi: https://doi.org/10.1590/1677-941X-ABB-2022-0093.

FENNER, M.; THOMPSON, K. The ecology of seeds. Cambridge: University Press, 2009. doi: https://doi.org/doi.org/10.1017/CBO9780511614101.

FERGUSON, J. Munsell notations and color names: recommendations for archaeological practice. J. Field Archaeol., v.39, n.4, p.327-335, 2014. doi: https://doi.org/10.1179/0093469014Z.00000000097.

FERNANDES, M.F.; QUEIROZ, L.P.D. Vegetação e flora da Caatinga. Ciência e Cultura, v. 70, n.4, p.51-56, 2018. doi: https://doi.org/10.21800/2317-66602018000400014.

FERNANDES, M.F.; CARDOSO, D.; QUEIROZ, L.P.D. An updated plant checklist of the Brazilian Caatinga seasonally dry forests and woodlands reveals high species richness and endemism. Journal of Arid Environments, v.174, n.104079, p.1-8, 2019. doi: https://doi.org/10.1016/j.jaridenv.2019.104079.

FRANCO, D. P. A importância das cumarinas para a química medicinal e o desenvolvimento de compostos bioativos nos últimos anos. Quím. Nova, v.44, p.180-197, 2021. doi: https://doi.org/10.21577/0100-4042.20170654.

GAMA, D.C. et al. Spatial distribution and structural variation of Copaifera arenicola in a caatinga fragment. Floresta, v. 50, n.3, p. 1660-1668, 2020. doi: https://doi.org/10.5380/rf.v50i3.65583.

GAMA, D.C.; JESUS, J.B. Aspecto geomorfológico, hidroclimático e ambiental da microrregião de Ribeira do Pombal, Bahia, Brasil. Geoambiente On-line, v.32, p.57-73, 2018. doi: https://doi.org/10.5216/revgeoamb.v0i32.51034.

GAMA, D.C.; NASCIMENTO JÚNIOR, J.M.D. Copaifera arenicola [(Ducke) J. Costa e L. P. Queiroz] Fabaceae-Caesalpinioideae em regiões do Nordeste da Bahia. Agroforestalis News, v.4, n.1, p.i-viii, 2019.

JESUS, J.B.D. et al. Fragmentação florestal em região semiárida no Nordeste do Brasil. Pesq. Florestal Bras., v.39, p.e201801683, 2019. doi: https://doi.org/10.4336/2019.pfb.39e201801683.

MARTINS, M.E.G.; RODRIGUES, J.F. Coeficiente de correlação amostral. Rev. Ciênc. Elem., v.2, n.2, p.34-36, 2014. doi: https://doi.org/10.24927/rce2014.042.

MATILLA, A.; GALLARDO, M.; PUGA-HERMIDA, M. I. Structural, physiological and molecular aspects of heterogeneity in seeds: a review. Seed Sci. Res., v.15, n.2, p.63-76, 2005. doi: https://doi.org/10.1079/SSR2005203.

MEIADO, M. V. et al. Diaspore of the caatinga: a review. In: SIQUEIRA FILHO, J.A. et al. Flora of the Caatingas of the São Francisco River: Natural History and Conservation. Rio de Janeiro: AJEE, 2012. p. 306-365.

MORO, M.F. et al. A phytogeographical metaanalysis of the semiarid Caatinga domain in Brazil. Botanical Review, v.82, p.91-148, 2016. doi: https://doi.org/10.1007/s12229-016-9164-z.

MUNSELL, A.H. A Color Notation: a measured color system, based on the three qualities Hue, Value and Chroma. Tredition Classics, 2012.

PEDRINI, S. et al. Seed enhancement: getting seeds restoration‐ready. Restoration Ecol., v.28, p.S266-S275, 2020. doi: https://doi.org/10.1111/rec.13184.

PONTES, M.D.S. et al. Caracterização morfológica usando dimensões lineares sobre os atributos biométricos em sementes de Annona reticulata (L.) Vell. (ANNONACEAE). Ciência Florestal, v. 28, n. 2, p. 696-707, 2018. doi: https://doi.org/10.5902/1980509832070.

RIGAMONTE-AZEVEDO, O.C.; WADT, P.G.S.; WADT, L.D.O. Copaíba: ecologia e produção de óleo-resina. Rio Branco: Embrapa, 2004.

ROMERO, J.P. Variedades de judias cultivadas en España. Madrid: Ministério da Agricultura, Monografia-11, 1961.

SALES, E.S.G. et al. New climate classification for Northeast Brazil using reanalysis data. Res. Square, v.1, p.1-31, 2023. doi: https://doi.org/10.21203/rs.3.rs-2227295/v1.

SAMOYLICHENKO, O.; MOKIYCHUK, V. The evaluation of the measurement uncertainty of the thousand-seed weight in accredited testing laboratories. Ukrainian Metrol. J., n.1, p.67-72, 2023. doi: https://doi.org/10.24027/2306-7039.1.2023.282627.

SCHMIDT, L.H. Tropical Forest Seed. Berlim Heidelberg: Springer-Verlag, 2007.

SILVA, G.R.D. Produção, tecnologia e armazenamento de sementes. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional, 2019.

SOUZA JÚNIOR, C.N.; BRANCALION, P.S.H. Sementes e mudas: guia para propagação de árvores brasileiras. São Paulo: Oficina de Textos, 2016.

SOUZA, F.C.D. et al. Beneficiamento e armazenamento de sementes. In: BARROS NETO, J.J.D.S. et al. Sementes: estudos tecnológicos. Aracaju: IFS, 2014. p. 121-170.

SOUZA, L.A.D. Anatomia do fruto e da semente. Ponta Grossa: UEPG, 2006.

VAUGHAN, C.E.; GREGG, B.R.; DELOUCHE, J.C. Beneficiamento e manuseio de sementes. Brasília: Agiplan, 1976.

VIDAL, W.N.; VIDAL, M.R.R. Botânica, organografia: quadros sinóticos ilustrados de fanerógamos. Viçosa: UFV, 2011.

VIEIRA, L. D.N. et al. Domesticação de plantas: um processo coevolutivo. A Genética na Escola, v.16, n.2, p.356-367, 2021. doi: https://doi.org/10.55838/1980-3540.ge.2021.394.

WANG, B.; IVES, A.R. Tree-to-tree variation in seed size and its consequences for seed dispersal versus predation by rodents. O Ecologia, v.183, p.751-762, 2017. doi: https://doi.org/10.1007/s00442-016-3793-0.

Downloads

Publicado

2025-06-02

Como Citar

CORREIA GAMA, Dráuzio; DECHECHI CHAMBÓ, Emerson; APARECIDA SOARES DE FREITAS, Teresa; BONFIM MOREIRA VIDAL, Raiana. Caracterização física e morfobiométrica de frutos e sementes de Copaifera arenicola (Ducke) J.Costa & L.P.Queiroz. Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde, [S. l.], v. 29, n. 2, p. 353–375, 2025. DOI: 10.17921/1415-6938.2025v29n2p353-375. Disponível em: https://ensaioseciencia.pgsscogna.com.br/ensaioeciencia/article/view/13698. Acesso em: 6 jun. 2025.

Edição

Seção

Artigos