Perfil de Dependentes Químicos de Crack em Reabilitação Hospitalar

Autores

  • Valquíria Custodio Klaumann Universidade Positivo. PR, Brasil.
  • Kátia Sheylla Malta Purim Universidade Positivo. PR, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.17921/1415-6938.2021v25n5-esp.p558-563

Resumo

O crescente consumo e dependência de drogas é preocupação mundial. No Brasil, crack é a droga ilícita mais prevalente em internamentos por dependência química, causando problemas físicos, mentais e sociais aos usuários. Este estudo avaliou o perfil de dependentes químicos de crack em tratamento hospitalar para reabilitação em Curitiba-PR. Pesquisa transversal mediante entrevista, questionário sociodemográfico   e aplicação do instrumento Addiction Severity Index (ASI) versão 6 Light. Amostra composta por 97 homens, faixa etária média de 33 anos de idade, brancos (52,6%), autodeclarados solteiros (70,1%), baixa escolaridade (60,8%), consumidores regulares de crack, álcool e outras substâncias ilícitas iniciadas na adolescência (86,6%), histórico de problemas psiquiátricos, familiares e sociais, e comportamento inadequado perante a lei (78,3%). O consumo mais precoce foi de maconha, cocaína e sedativos, aos 7 anos. O consumo regular de álcool nos últimos 6 meses ocorreu em 58,8% da amostra e teve duração média de 8,7 anos. O uso de drogas esteve associado ao de álcool em uma intensidade moderadamente forte (r = 0,64; p < 0,001). O tempo de internamento foi inversamente proporcional à presença de sintomas de abstinência de drogas nos últimos 30 dias (p<0,001).  Depressão e tentativa de suicídio estiveram associadas (p = 0,003). O perfil encontrado foi de adultos jovens com história de envolvimento criminal, iniciação às drogas no período infanto-juvenil, que possuíam fonte de renda e moradia. Há necessidade de investimentos no suporte familiar, na educação e em estratégias mais efetivas de prevenção de drogas e de recuperação de população carcerária e egressa.

 

Palavras-chave: Saúde Mental. Alcoolismo. Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias. Cocaína Crack. Pacientes Internados.

 

Abstract

The increasing consumption of and addiction to drugs is of global concern. In Brazil, crack is the prevalent illicit drug in admissions for chemical dependence, resulting in physical, mental and social issues for its users. This study traced the profile of male crack users admitted into a rehabilitation hospital in Curitiba – PR. Cross-sectional study based on interview, socio-demographic questionnaire and Addiction Severity Index (ASI) version 6 Light instrument application. Sample composed of 97 men, average age range of 33 years old, mostly white (52,6%), single (70,1%), with low educational qualifications (60,8% did not attend secondary school), regular crack, alcohol and other illicit substances consumption initiated at youth (86,6%), history of psychiatric, family and social problems, and inadequate behavior under the law (70,3%). The earliest consumption was of marijuana, cocaine, and sedatives, at 7 years old. Regular use of alcohol over the last 6 months was found in 58,8% of crack users, during an average of 8,7 years. A moderately strong positive correlation was found between time of drug and alcohol abuse (r = 0,64; p < 0,001). Drug abstinence symptoms in the last 30 days were inversely proportional to the period of treatment at the hospital (p < 0,001). Depression and suicide attempt were statistically associated (p = 0,003). Young adults with criminal involvement, early initiation of drug use, source of income and housing prevailed. The findings indicate the importance of investing in education, family support, as well as more efficient strategies on the prevention of drugs and prisoner’s recovery.

 

Keywords: Mental Health. Alcoholism. Substance-Related Disorders. Crack Cocaine. Inpatients.

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Publicado

2022-03-14

Como Citar

KLAUMANN, Valquíria Custodio; MALTA PURIM, Kátia Sheylla. Perfil de Dependentes Químicos de Crack em Reabilitação Hospitalar. Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde, [S. l.], v. 25, n. 5-esp., p. 558–563, 2022. DOI: 10.17921/1415-6938.2021v25n5-esp.p558-563. Disponível em: https://ensaioseciencia.pgsscogna.com.br/ensaioeciencia/article/view/8551. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos