Medicamentos vencidos ou em desuso e riscos ambientais no município de Terenos, Mato Grosso do Sul
DOI:
https://doi.org/10.17921/1415-6938.2020v24n2p170-182Resumo
No Brasil o descarte de medicamentos e insumos farmacêuticos de forma inadequada gera em torno de 10 e 28 mil toneladas, contribuindo para um problema em saúde pública e ambiental. Visando contribuir com a desconstrução deste cenário, o artigo tem como objetivo a caracterização e discussão dos potenciais impactos ambientais do descarte de medicamentos e/ou insumos farmacêuticos no lixo comum da cidade de Terenos, Mato Grosso do Sul (MS), a partir de coleta de quantificação realizada durante 2015 e 2016. A metodologia do estudo partiu de coleta em Unidade de Tratamento de Resíduos (UTR), com separação e quantificação dos medicamentos encontrados no lixo comum do município investigado. Foram coletados 80 tipos de fármacos que somaram um depósito total de cerca de 490 g a cada 15 dias, em projeção de descarte médio de 1,69 g ao ano de medicamentos em lixo comum por munícipe. Foram encontrados fármacos de alta toxidade (hormônios, antidepressivos e anti-helmínticos) que, embora fora das categorias principais de descarte, possuem potencial elevado de comprometimento ambiental. Conclui-se que o problema local do descarte de medicamentos em lixo comum é severo no município avaliado, no entanto, medidas mitigativas podem ser tomadas, tais como a educação da população e a oferta de unidades para descarte preferencial nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).