Ocorrência de Casos de Intoxicação por Plantas Ornamentais Tóxicas no Estado de Mato Grosso do Sul
DOI:
https://doi.org/10.17921/1415-6938.2021v25n2p186-194Resumo
Os espaços verdes urbanos são um elemento-chave para a interação entre os cidadãos e o meio ambiente, além de promover a saúde humana. Porém, muitas plantas ornamentais presentes nestes espaços podem ser tóxicas, podendo ocasionar acidentes, principalmente em crianças. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento das intoxicações por plantas ornamentais tóxicas ocorridas no período de 2005 a 2015 no Estado de Mato Grosso do Sul. Dados do Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (CIVITOX) registraram 214 casos de intoxicações por plantas ornamentais nesse período, sendo que a maioria dos casos está concentrado em Campo Grande, porém a região de Rio Verde e Coxim apresentaram os maiores índices de intoxicação por 5.000 habitantes. Pessoas de todas as idades são intoxicadas com plantas, mas as crianças são a maioria das vítimas (84%) e os dados mostraram haver correlação entre as variáveis mês, população e idade de intoxicação. A família Aracea foi predominante em números de casos de intoxicação, com 150 casos, dos quais 135 foram de intoxicações pela espécie conhecida como comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta Schott). Cerca de cinquenta casos de intoxicações por plantas ornamentais tóxicas com faixa etária mais elevada foi registrada nas regiões centro-norte e centro-sul de Mato Grosso do Sul. Os resultados sugerem que a escolha de plantas ornamentais para compor as áreas verdes dos municípios deve ser baseada com critérios que possam minimizar os riscos para a população que utilizam esses espaços para o lazer.
Palavras-chave: Áreas Verdes. Intoxicação Humana. Planejamento Urbano. Centro Integrado de Vigilância Toxicológica. Dieffenbachia picta.
Abstract
The green areas of cities have the function of promoting interaction between citizens and the environment, in addition to promoting human health. The plants used to compose these areas, which are ornamental, can be toxic and cause accidents, especially in children. The objective of this work was to conduct a survey of poisoning by toxic ornamental plants that occurred in the period from 2005 to 2015 in the State of Mato Grosso do Sul, using the integrated toxicological surveillance center (CIVITOX). A total of 214 cases of poisoning by ornamental plants were recorded during this period, and most cases went to the city of Campo Grande. The region of Rio Verde and Coxim has rathe highest rates of intoxication, when related to the number of intoxications by the number of habitants. The records show people of various age groups with intoxicated plants, but children are the majority of victims (84%) and in the data analysis, there was a correlation between the month, population and age of intoxication. The records show people of various age group with intoxicated plants, but children are the majority of victims (84%) and in the analysis of the data, there was a correlation between the month, population and age of intoxication. The Aracea family was predominant in numbers of cases of intoxication, with 150 cases, of which 135 were poisonings by the species with me-nobody-can (Dieffenbachia picta Schott). The highest age group, with more than 50 cases of poisoning, had a predominance of occurrence in the northcentral and central-south regions of Mato Grosso do Sul.The results suggest that the choice of ornamental plants to compose the green areas of the municipalities should be based on criteria that can minimize the risks to the population that use these spaces for leisure.
Keywords: Green Areas. Human Poisoning. Urban Planning. Integrated Toxicological Surveillance Center, Dieffenbachia Picta.