Composição Corporal de Adultos Com Síndrome de Down e Excesso de Peso Atendidos em Hospital Universitário
DOI:
https://doi.org/10.17921/1415-6938.2018v22n1p47-52Resumo
Pessoas com Síndrome de Down podem, frequentemente, apresentar doença cardíaca congênita, hipotireoidismo, distúrbios gastrointestinais e tendência ao sobrepeso e obesidade, comprometendo gravemente a saúde. O objetivo deste trabalho foi descrever a composição corporal de adultos com Síndrome de Down - SD e excesso de peso, atendidos em um Hospital Universitário. Trata-se de um estudo transversal e descritivo realizado na cidade de Belém do Pará, no ano de 2017, onde os participantes com SD, foram avaliados para determinação da composição corporal com a utilização do aparelho de bioimpedância elétrica InBody230. Foram avaliados 13 indivíduos de ambos os sexos com idades variando entre 20 e 40 anos. A média de peso dos indivíduos do sexo masculino e feminino foi de 71,8 kg e 69,2 kg respectivamente, a média de Índice de Massa Corporal - IMC foi de 31,27 kg/m² para os homens e 34,08 kg/m² para as mulheres, classificada em obesidade. A maioria dos indivíduos apresenta Massa Muscular Esquelética - MME e Massa Livre de Gordura - MLG dentro da faixa de normalidade, porém os valores de Massa de Gordura (MG), assim como a Relação Cintura Quadril - RCQ de todos os indivíduos estão elevados. O acompanhamento individualizado da composição corporal, por meio da bioimpedância elétrica, mostrou ser um instrumento eficaz para avaliação do estado nutricional dessa população.
Palavras-chave: Síndrome de Down. Composição Corporal. Bioimpedância Elétrica.
Abstract
People with Down Syndrome can often have congenital heart disease, hypothyroidism, gastrointestinal disorders, and tendency to overweight and obesity severely compromising health. The objective of this study was to describe the body composition in adults with Down Syndrome and overweight treated in a University Hospital. This is a cross-sectional and descriptive study carried out in the city of Belém do Pará in 2017, where the participants with DS, were evaluated to determine the body composition with the use of InBody 230 electric bioimpedance device. Eight individuals of both sexes with ages varying between 20 and 40 years were evaluated. The mean weight of the male and female subjects was 71.8 kg and 69.2 kg respectively, the mean Body Mass Index (BMI) was 31.27 kg / m² for men and 34.08 kg / m² for women, classified as obesity. The majority of individuals had a Skeletal Muscle Mass (MME) and Fat Free Mass (MLG) within the normal range, but the values of Mass of Fat (MG), as well as the Hip Waist Ratio (WHR) of all individuals are high. The individualized monitoring of body composition through electric bioimpedance proved to be an effective tool for assessing the nutritional status of this population.
Keywords: Down Syndrome. Body composition. Electric impedance.
Referências
BATSHAW, M.L.; PERRET, Y.M. Children with disabilities: a medical primer. Baltimore: Paul H Brookes, 1992.
BERMUDEZ, B.E.B.V. Perfil dos pacientes acompanhados no ambulatório de síndrome de Down do hospital de clínicas da Universidade Federal do Paraná. 2016. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2016.
BEZERRA, A.P.S. Composição corporal em crianças de 07 a 14 anos com deficiência mental da APAE de Campo Grande-MS. Campo Grande: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, 2003.
BRASIL. Decreto nº 6.214, de 26 de setembro de 2007. Regulamenta o benefício de prestação continuada da assistência social devido à pessoa com deficiência e ao idoso. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 de set. 2007. Disponível em: < http://www.camara.leg.br> Acesso em: 5 jun. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de atenção à pessoa com Síndrome de Down. Brasília: MS, 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Caderneta de Saúde da Criança. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
BRAVO-VALENZUELA, N.J.M.; PASSARELLI, M.L.B.; COATES, M.V. Curvas de crescimento pôndero-estatural em crianças com síndrome de Down: uma revisão sistemática. Rev. Paul. Pediatr., v.2, n.29, p.261-269, 2010.
CASSADY, D.; JETTER, K.M.; CULP, J. Is price a barrier to eating more fruits and vegetables for low-income families. J. Am. Diet Assoc., v.107, n.11, p.1909-1915, 2007.
CLOUD, H. Tratamento clínico nutricional para distúrbios intelectuais e do desenvolvimento. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
CRONK, C. et al. Growth charts for children with Down syndrome: 1 month to 18 years of age. Pediatrics, v.81, n.1, p.102-110, 1988.
EICHSTAEDT, C.B.; LAVAY, B.W. Physical activities for individuals with Mental Retardation – Infancy through adulthood, Champaign, Illinois: Human Kinetics Book, 1992.
EICKEMBERG, M. et al. Bioimpedância elétrica e gordura visceral: uma comparação com a tomografia computadorizada em adultos e idosos. Arq. Bras. Endocrinol. Metabol., v.57 n.1, p.27-32, 2013.
FARIAS DE QUEIROZ, M. et al. Perfil Nutricional de Portadores de Síndrome de Down no agreste de Pernambuco. Nutr. Clín. Dietetica Hospital., v.36, n.3, p.122-129, 2016.
FERNHALL, B. Mental Retardation. In ACSM’s Exercise Management for persons with Chronic Diseases and Disabilities. Human Kinetics, v.38, p.6-221, 1997.
GOUVEIA, E.R. et al. Atividade física, aptidão e sobrepeso em crianças e adolescentes: “o estudo de crescimento da madeira”. Rev. Bras. Educ. Fís. Esportes, v.21, n.2, p.95-106, 2007.
GIARETTA, A.; GHIORZI, A.R. O ato de comer e as pessoas com Síndrome de Down. Rev. Bras. Enferm., v.62, n.3, p.480-484, 2009.
INBODY230. Inbody User’s Manual. Disponível em: http://www.taq.com.mx/documentos_productos/1349113437.pdf. Acesso em: 9 jul. 2017.
MARQUES, R.C.; MARREIRO, D.N. Aspectos metabólicos e funcionais do zinco na Síndrome de Down. Rev. Nutr., v.19, n.4, p.501-510, 2006.
MENEGHETTI, C.H.Z. et al. Avaliação do equilíbrio estático de crianças e adolescentes com síndrome de Down. Rev. Bras. Fisioter., v.13, n.3, p.230-235, 2009.
MUSTACCHI, Z. Síndrome de Down. In: MUSTACCHI, Z.; PERES, S. Genética baseada em evidências: síndromes e heranças. São Paulo: CID, 2000. p.817-894.
NISIHARA, R.M.; KOTZE, L.M.; UTIYAMA, S.R.; OLIVEIRA, N.P.; FIEDLER, P.T.; MESSIAS-REASON, I.T. Doença celíaca em crianças e adolescentes com síndrome de Down. J Pediatr., 2005.
ORDONEZ, F.J.; ROSETY, M.; ROSETY-RODRIGUEZ, M. Influence of 12-week exercise training onfatmass percentage in adolescents with Down syndrome. Med. Sci. Monitor, v.12, n.10, p.416-419, 2006.
ORLANDI, S.P. et al. Determinantes nutricionais precoces da massa livre de gordura no início da vida adulta: revisão sistemática da literatura. Cad. Saúde Pública, v.4, n.29, p.639-656, 2013.
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Síntese de indicadores 2014 / IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento. Rio de Janeiro: PNAD, 2015.
SACADURA, J. A.; RAPOSO, A. V. Os factores que contribuem para o aparecimento dos resultados desportivos de alto nível. In: CONGRESSO DAS CIÊNCIAS DA NATAÇÃO, Rio de Janeiro, 1994. Anais... Rio de Janeiro, 1994.
SILVA, N.M. et al. Indicadores antropométricos de obesidade em portadores da Síndrome de Down entre 15 e 44 anos. Rev. Bras. Educ. Fís. Esporte, v.23, n.4, p.415-24, 2009.
SILVA, D.L.; SANTOS, J.A.R.; MARTINS, C.F. Avaliação da Composição Corporal em Adultos com Síndrome de Down. Arq. Med., v.4, n.20, p.104-110, 2006.
TOLMIE, J.L. Down syndrome and other autosomoltrisomies. Revisão bibliográfica. 1996
TRECENTE,W.S. Importância da musculação para portadores de síndrome de Down. Araçatuba, 2013. especialização em fisiologia e performance do exercício físico – Unitoledo, São Paulo, 2013.
ZUCHETTO, C. Estado nutricional, consumo alimentar e atividade física de crianças e adolescentes com síndrome de down. Pelotas: Universidade Federal de Pelotas, 2011.
