Potencial Larvicida de Extratos de Stryphnodendron polyphyllum Mart. Sobre Aedes aegypti e Avaliação do Efeito Citotóxico e Genotóxico
DOI:
https://doi.org/10.17921/1415-6938.2024v28n3p360-368Resumo
Larvicidas derivados de plantas têm sido indicados como estratégias biodegradáveis e de baixo custo para o controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika, chikungunya e febre amarela. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito dos extratos aquosos, etanólicos e hidroalcóolicos produzidos a partir do barbatimão (Stryphnodendron polyphyllum Mart.) como método alternativo no controle de larvas de Aedes aegypti bem como o potencial citotóxico e genotóxico. O material vegetal foi coletado em diferentes plantas na cidade de Bocaiúva-MG e os extratos a serem avaliados foram produzidos nas concentrações de 100, 75, 50, 25, 12,5% para extratos aquosos e 7200, 3600, 1800, 900, 700, 600, 400 e 200 ppm para extratos etanólicos e hidroalcóolicos. A toxicidade em organismos não-alvo foi avaliada por meio de ensaios com Artemia salina e Allium cepa. Testes fitoquímicos preliminares foram realizados para a caracterização dos metabólitos secundários foliares. Nos ensaios com A. salina, o extrato aquoso foliar (EAF) causou 100% de mortalidade das larvas nas primeiras 24 h em 3 das 4 doses testadas, já o extrato etanólico foliar (EEF), as concentrações letais foram CL50 ≥3094 ppm e CL90 ≥45156 ppm, enquanto para o extrato hidroalcoólico foliar (EHF), CL50≥1992 ppm e CL90≥37067 ppm. Os testes fitoquímicos preliminares indicaram forte presença de flavonoides, saponinas, taninos e moderada de alcaloides nas folhas. O EAF demonstrou 100% de mortalidade das larvas de Aedes aegypti em 48 h, enquanto os ensaios com Allium cepa evidenciaram citotoxicidade, mas sem genotoxicidade. Os extratos de S. polyphyllum apresentam-se como promissores larvicidas, embora sejam necessários mais estudos sobre sua toxicidade para organismos não-alvo.
Palavras-chave: Extratos Vegetais. Cerrado. Índice Mitótico. Artemia salina. Fitoquímica.
Abstract
Plant-derived larvicides have been indicated as biodegradable and low-cost strategies for controlling the mosquito Aedes aegypti, the vector of dengue, Zika, chikungunya, and yellow fever. The present study aimed to evaluate the effects of aqueous, ethanolic, and hydroalcoholic extracts produced from barbatimão (Stryphnodendron polyphyllum Mart.) as an alternative method for controlling Aedes aegypti larvae, as well as their cytotoxic and genotoxic potential. Plant material was collected from various plants in the city of Bocaiúva, MG, and the extracts to be evaluated were produced at concentrations of 100, 75, 50, 25, and 12.5% for aqueous extracts, and 7200, 3600, 1800, 900, 700, 600, 400, and 200 ppm for ethanolic and hydroalcoholic extracts. Toxicity in non-target organisms was assessed using Artemia salina and Allium cepa assays. Preliminary phytochemical tests were conducted to characterize the secondary metabolites in the leaves. In the A. salina assays, the aqueous leaf extract (ALE) caused 100% mortality of the larvae within the first 24 hours at 3 of the 4 doses tested. The lethal concentrations for the ethanolic leaf extract (ELE) were CL50 ≥3094 ppm and CL90 ≥45156 ppm, while for the hydroalcoholic leaf extract (HLE), CL50 ≥1992 ppm and CL90 ≥37067 ppm. Preliminary phytochemical tests indicated a strong presence of flavonoids, saponins, tannins, and moderate amounts of alkaloids in the leaves. The ALE demonstrated 100% mortality of Aedes aegypti larvae within 48 hours, while the Allium cepa assays showed cytotoxicity but no genotoxicity. Thus, S. polyphyllum extracts show promise as larvicides, although further studies are needed to evaluate their toxicity to non-target organisms.
Keywords: Vegetable Extracts. Scrubland. Mitotic index. Artemia salina. Phytochemical.