Polinização, morfometria de frutos e sementes e germinação em Hibiscus sabdariffa L. (Malvaceae)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17921/1415-6938.2023v27n4p503-516

Resumo

O quantitativo, a morfometria dos frutos e sementes e o potencial germinativo podem variar dentro de uma espécie e faltam informações sobre a influência da polinização nessas características. Objetivou-se estudar a biologia reprodutiva de Hibiscus sabdariffa L., cultivada no município de Ivinhema-MS, a variação morfométrica de flores, frutos e sementes e a influência do tipo de polinização no tamanho dos diásporos e na germinação das sementes. Plantas em fase reprodutiva foram avaliadas e submetidas à implantação dos tratamentos de polinização: agamospermia, geitonogamia, xenogamia, autopolinização e polinização natural. O desenvolvimento foi acompanhado até a maturação dos frutos, seguindo-se de análises morfométricas e ensaios germinativos. A germinação foi avaliada com sementes intactas dispostas em placas de Petri, a 25º C, sob luz constante. Os dados biométricos e germinativos foram analisados estatisticamente. A taxa de frutificação foi de 20,5%; geitonogamia, xenogamia e polinização natural apresentaram resultados significativamente maiores que a autopolinização (cobertura com tule). A polinização natural resultou em frutos maiores e com maior número médio de sementes por fruto (13,4 ± 8.79). As dimensões e massas médias das sementes diferiram entre os tratamentos, com os maiores valores resultantes da polinização natural. A germinação foi nula (agamospermia) ou baixa (demais tratamentos), alcançando as maiores porcentagens como resultado da polinização natural e xenogamia. Conclui-se que o aspecto geral das plantas estudadas se assemelha às descrições disponíveis na literatura e, quanto à eficiência na produção de frutos associada ao potencial germinativo, a polinização natural e a xenogamia favorecem a propagação de H. sabdariffa.

Palavras-chave: Vinagreira. Xenogamia. Geitonogamia. Autopolinização. Agamospermia. Polinização Natural.

Abstract
The quantity, fruit and seed morphometry and germination potential may vary within a species and there is a lack of information about the influence of pollination on these characteristics. The objective was to study the reproductive biology of Hibiscus sabdariffa L., grown in the municipality of Ivinhema-MS, the morphometric variation of flowers, fruits and seeds and the influence of the type of pollination on the size of diaspores and seed germination. Plants in reproductive stage were evaluated and submitted to the implementation of pollination treatments: agamospermy, geitonogamy, xenogamy, self-pollination and natural pollination. Development was monitored until fruit maturation, followed by morphometric analyzes and germination tests. Germination was assessed with intact seeds arranged in Petri dishes, at 25º C, under constant light. Biometric and germination data were statistically analyzed. The fruit set rate was 20.5%; geitonogamy, xenogamy and natural pollination showed significantly higher results than self-pollination (covering with tulle). Natural pollination resulted in larger fruits with a higher average number of seeds per fruit (13.4 ± 8.79). Average seed dimensions and masses differed between treatments, with the highest values resulting from natural pollination. Germination was null (agamospermy) or low (other treatments), reaching the highest percentages as a result of natural pollination and xenogamy. It was concluded that the general appearance of the studied plants is similar to those presented in the literature and, regarding the efficiency in fruit production associated with the germination potential, natural pollination and xenogamy favor the control of H. sabdariffa.

Keywords: Vinegar. Xenogamy. Geitonogamy. Self-pollination. Agamospermy. Natural pollination.

Biografia do Autor

Glaucia Almeida de Morais, Programa de Pós-Graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade (UFGD); Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Brasil

Doutora em Ciências Biológicas (Biologia Vegetal) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2000). Desde 1998 é professora efetiva da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul e, atualmente, realiza estágio pós-doutoral no Programa de Pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Tem experiência na área de Botânica, com ênfase em Ecofisiologia Vegetal, atuando principalmente nos seguintes temas: germinação, plântula, desenvolvimento inicial, efeito do sombreamento, educação ambiental e recuperação de áreas degradadas.

Valter Vieira Alves Junior, Universidade Federal da Grande Dourados (UFMS). MS. Brasil

Doutorado em Ciências Biológicas (Zoologia) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Brasil (1992). Atualmente é prof. Dr. Adjunto na Universidadde Federal da Grande Dourados. Tem experiência na área de Genética, com ênfase em Melhoramento Genético em Abelhas, atuando principalmente nos seguintes temas: abelhas africanizadas, apis mellifera, entomofauna, glândula ácida e veneno. Vice Coordenador do Programa de Pós-graduação da UFGD em Entomologia e Conservação da Biodiversidade.

Paulo Roberto de Abreu Tavares , Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Unidade de Ivinhema, MS, Brasil

Doutor e pós-doutorando em Entomologia e Conservação da Biodiversidade pelo Programa de Pós-Graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade - Universidade Federal da Grande Dourados.Tem experiência em Entomologia, atuando nas seguintes áreas: Estratégias de forrageio floral e Comportamento de abelhas. Além de Licenciado em Ciências Biológicas, é graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual de Maringá. Atualmente atua como professor contratado junto à  Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul .

Leandro Pereira Polatto, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Unidade de Ivinhema, MS. Brasil

Doutor em Ciências Biológicas (Zoologia) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Câmpus de Rio Claro - Unesp (2012). Pós-Doutorado realizado no Programa de Pós-Graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade, pela Universidade Federal da Grande Dourados entre os anos de 2020 e 2021. Tem experiência na área de Entomologia, atuando nas seguintes subáreas: estratégias de forrageio floral, partição de recursos e comportamento de abelhas. Na UEMS atua desde 2011 como professor contratado.

Fernanda Turini Militão, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Unidade de Ivinhema, MS, Brasil

Graduanda em Ciências Biológicas - Licenciatura.

José Vitor Nobrega de Lima , Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Unidade de Ivinhema. MS, Brasil

Graduando em Ciências Biológicas - Licenciatura.

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Publicado

2023-12-19

Como Citar

MORAIS, Glaucia Almeida de; ALVES JUNIOR, Valter Vieira; TAVARES , Paulo Roberto de Abreu; POLATTO, Leandro Pereira; MILITÃO, Fernanda Turini; LIMA , José Vitor Nobrega de. Polinização, morfometria de frutos e sementes e germinação em Hibiscus sabdariffa L. (Malvaceae). Ensaios e Ciência C Biológicas Agrárias e da Saúde, [S. l.], v. 27, n. 4, p. 503–516, 2023. DOI: 10.17921/1415-6938.2023v27n4p503-516. Disponível em: https://ensaioseciencia.pgsscogna.com.br/ensaioeciencia/article/view/10872. Acesso em: 28 abr. 2024.

Edição

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Artigos