Soroprevalência da Infecção pelo Vírus da Hepatite B (Hbv) na População Privada de Liberdade no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá
DOI:
https://doi.org/10.17921/1415-6938.2023v27n4p477-482Resumo
A prevalência das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) vêm aumentando significativamente em todo o mundo, entre essas infecções destaca-se a Hepatite B devido a sua alta patogenicidade e evolução crônica, especialmente em grupos populacionais de risco, como a população carcerária. O objetivo desta pesquisa foi determinar a prevalência e os fatores de risco associados à infecção pelo Vírus da Hepatite B na população privada de liberdade no Instituto de administração penitenciária do estado do Amapá. Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, de caráter retrospectivo com base nos resultados das análises sorológicas no banco de dados do Laboratório Central de Saúde Pública oriundos de ações de saúde realizadas no instituto de administração penitenciaria do Amapá em 2013. A população estudada foi constituída de 1.168 (93,8%) homens e 77 (6,18%) mulheres, com idade entre 18 e 75 anos, média 29,7 anos. A prevalência de hepatite B encontrada foi de 12,8% e a análise das variáveis epidemiológicas demonstrou que o uso de drogas ilícitas (p < 0.008), compartilhamento de alicate de unha (p < 0.007) e contato com portador de hepatite B (p <0.0004) foram fatores de risco significativos para a aquisição da infecção. Observou-se que 62,7% não apresentaram positividade para nenhum marcador sorológico, sendo suscetíveis a infecção. Há necessidade de acesso a ações e serviços de saúde que garanta a o diagnóstico precoce e a cobertura vacinal com o objetivo de prevenir ou reduzir os agravos e danos provocados pelas condições de confinamento no ambiente prisional.
Palavras-chave: Hepatite B. HBV. População Carcerária. Penitenciária.
Abstract
The prevalence of sexually transmitted infections (STIs) has been significantly increasing worldwide, and among these infections, Hepatitis B stands out due to its high pathogenicity and chronic evolution, especially in high-risk population groups such as the incarcerated population. The aim of this research was to determine the prevalence and risk factors associated with Hepatitis B virus infection in the imprisoned population at the Penitentiary Administration Institute of the Amapá state. This was an epidemiological, descriptive, retrospective study based on serological analysis results from the Public Health Central Laboratory database, derived from health actions carried out at the Amapá Penitentiary Administration Institute in 2013. The studied population consisted of 1,168 (93.8%) men and 77 (6.18%) women, aged between 18 and 75 years, with an average age of 29.7 years. The prevalence of Hepatitis B found was 12.8%, and the analysis of epidemiological variables showed that illicit drug use (p < 0.008), sharing of nail clippers (p < 0.007), and contact with a Hepatitis B carrier (p <0.0004) were significant risk factors for infection acquisition. It was observed that 62.7% did not present positivity for any serological marker, being susceptible to infection. There is a need for access to health actions and services that guarantee early diagnosis and vaccine coverage with the aim of preventing or reducing the harm caused by confinement conditions in the prison environment.
Keywords: Hepatitis B. HBV. Incarcerated population. Penitentiary.